segunda-feira, 23 de julho de 2012

Me falta palavras e eu escrevo, me faltam colos e eu corro pr' aqui, me faltaram muitos gestos nessa tarde e eu simplesmente calei.Não há como não me doar quando escrevo, não há como não ter sempre um peso meu nessas frases. Mas hoje eu queria escrever algo que tivesse mais partes suas do que minhas, como se fosse um espécie de libertação, como se seu peso saísse enfim de mim.

És calmo e manso mas explode sempre pelo olhar. Ver tua íris verde-amor se enchendo vagorozamente de vermelho-paixão é tão assustador. Pior do que me afogar nesse teu mar vermelho, é ter como refúgio o nada; quando me desvias o olhar, quando teme, quando foges, quando tremo.
Braços e vidas imóveis. Aos poucos, eu ou as novidades foram te amolecendo, até virar líquido, se desfazendo e fugindo das minhas mãos. Ao comparar as nossas, tua mão se sai tão branca e sem vida a primeira vista, mas percorrendo essas linhas tortas e bem delineadas percebe-se que seu coração bate lá também. Aliás teu coração bate em tudo que é seu, tudo que é nosso, ele bate em mim.



 Percorrer seu lábios, seu rosto e seu olhos que sempre me recebem tão doces, me faz sentir doce também. Gosto de descobrir caminhos no teu corpo frágil e duro, de sentir o gosto da sua paz, de sentir seu ar. Gosto de me divertir nos seus pelôs, e de misturar os meus com os seus. Gosto de poder falar tudo isso e de calar quando envergonho.
Meu colo é teu, e quando me encolho em ti é porque te faço de esconderijo. Afundar no teu peito é meu segundo orgasmo, sentir teu cheiro de gasolina com barriga de filhote e canela, que pra mim sempre foi teu perfume, é o que realmente me impede de ir embora.
Adoro quando teus olhos se fazem pedintes e sinceros. Gosto da tua espontâneadade quando me toca, quando desvenda meu corpo. Tua curiosidade em relação ao mim e ao mundo foi o que de fato me fez cair apaixonada. Por isso que amo descobrir junto contigo, mesmo que de vez ou outra machuque.

 Sinto que hoje até mesmo declaração como essa, se torne facilmente mais um pedaço melancólico meu.

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