domingo, 15 de julho de 2012

" Agarrando os quatro travesseiros, chorando bem baixinho..."

O que acontece é que vez ou outra entre os intervalos de amor de desdém, eu me perco.
Sinto-me só quando estou com você, sinto-me só quando estou de fato sozinha, sinto-me só sempre. Não há mais alegria, me restaram apenas olhos marejados e um corpo mole, pronto pra ser largado.Porém não há em mim nenhum pingo de coragem para cessar essa dor. Você no entanto não teme o fim, e eu por fim, temo você.
Não há saída, fiquei sozinha no meu quarto bege e esses móveis não pararam de gritar. Eu e eles sempre soubemos que seria cansativo essa entregas explosivas, que uma hora ou outra isso tenderia a nos ferir. Eu e o criado mudo,pensativos, parados, calados e beges.
Tua presença não se faz vital, mas é quente e aconchegante. Não há poemas nem calor, não há cartas e nem esperas, só me resta uma melancolia doce que quando transborda me obriga escrever.Pensei que tudo isso seria apenas uma pedrinha, mas abriu-se um buraco no meu peito que aos poucos me engole, engolem minha cama, minha casa.
Então não nos resta mais as eternidades, você sumiu de mim como minhas canetas favoritas. Eu as amei, mas foram embora, eu te amo mas você se perdeu. E dói, me causa náuseas e eu sempre choro  quentinha e baixinho debaixo da coberta, mas eu não procuro nem você nem as canetas, nem ninguém.

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