quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

Ainda mastigando um pedaço de carne mal passada levantei da mesa aborrecida, vivia num cubículo cheio de animais quase  racionais, me aborrecia sempre, com tudo. A presença do mais velho me incomodava, sua mastigação era o som mais irritante que existia, e ecoava pela sala inteira. 
Não há mais amor, eu bem que tentei convencê-la  porém seus olhos se entristeciam e salgavam sempre. Desisti. Seus gritos finalmente cessaram mas sua dor não, ela acumulou-se no seus ombros frágeis e tortos. Alguém me disse que ela já nascerá torta, e predestinada ao erro, hei de discordar pois Nena nunca soube a verdade, escolheu ,talvez inconscientemente, mas escolheu o caminho da dor.
Essa mistura de ghost, deu a luz a solidão. Daí vem tanto aborrecimento, vivia sozinha, tinha amigos mas era só. Almejava amar, mas eu canso-me de tanto erros e desisto, era torta, ainda sou...
 Culpo meus pais e todo esse ambiente de aborrecimento. A dor está dentro de mim, dentro da carne que mastigo, eu a sinto porém continuo mastigando até desfarelar. Sou sólida, fiquei sólida, mas choro por horas pra ver se me desfaço. No fundo sei que se existe culpa pertence a mim, e cabe no meu bolso, e que isso é só mais solavanco na minha vida. Ela sabe, ele sabe, mas eu os culpo.Assim me pesa menos em mim. Sou torta, nasci da solidão, é justificável tanto egoismo.

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